confissões

no outro dia depois de umas entrevistas que tive de efectuar em parceria com o meu director, e de ouvir várias vezes, "fale-nos um pouco de si. quem é, o que faz, o que gosta de fazer, a sua formação", dei por mim a pensar, e eu? o que posso dizer acerca de mim?

tanta coisa. tão pouca que talvez interesse. 

posso começar pelo início e dizer que apesar de viver desde sempre em lisboa, não sou lisboeta. não nasci em são sebastião da pedreira como metade de portugal. amo a minha terra, as minhas origens, orgulho-me de pertencer aquele grupo de gente que diz "vou à terra".

amo a minha família. no fundo são aqueles que estão cá sempre. a mãe, o pai, a mana. o novo elemento, a minha linda sobrinha, que é o meu amor mais recente.

amigos tenho poucos. amigos mesmo à séria não devem ocupar uma mão. já tive um grupo espectacular de amigos. se sinto falta? às vezes. se os perdi? não sei. infelizmente ou felizmente, não sei, sou daquele tipo de pessoas do deixa andar em relação às amizades. não ligo quando tenho que ligar. e depois passa 1 mês, 2 meses, 6 meses, 1 ano, 2 anos..... e eu sem me dar conta do tempo. 

 se consigo viver desta forma? sim, desde que tenha a pessoa certa ao meu lado, não sinto falta de mais nada. e isto pode durar anos, uma vida até. o amor a mim ocupa-me esse espaço. a família preenche-me ainda mais.

se sou feliz? sou. considero-me uma pessoa feliz. sinto-me bem comigo mesmo.

gosto de ser assim, bem disposta por natureza.

gosto de ser a fala barato da família.

gosto quando se riem das minhas piadas.

gosto de rir bem alto. 

gosto de brincar. 

sou feliz a dizer as minhas parvoíces e a rir-me de mim própria.

gosto de falar como uma criança e andar de baloiço como se fosse uma delas.

gosto de me sentir como se ainda tivesse 20 anos. 

se sou irresponsável? muito pelo contrário.

stresso imenso com o trabalho, mas trabalho bem sob pressão, mesmo que nesses dias ganhe mais 100 cabelos brancos. e já são tantos.....

sou demasiado perfeccionista e tudo tem que sair bem à primeira. 

falhar é como levar um tiro. 

assumir que não sou capaz, é atirarem-me para dentro da cova.

considero-me uma pessoa inteligente, mas adoro que me ensinem o que não sei, que me falem de assuntos que desconheço. 

adoro que me deêm a conhecer escritores, livros, músicas, filmes.

adoro que me levem para sítios que não conheço. pode ficar a 100m de casa, não interessa.

adoro que decidam por mim onde vai ser o jantar.

detesto que me façam de parva. também só o farão uma vez.

detesto pessoas invejosas.

destesto pessoas egocêntricas. tiram-me do sério.

não consigo perceber os jovens de hoje. mas acho que eles também não se percebem muito bem a eles 

próprios, nem sabem muito bem o que andam cá a fazer.

não vivo isolada no meu mundinho a pensar no sentido da vida e se a minha tem algum. e se tem, se foi o correcto. e se não foi? e agora?....ai. 

sou uma pessoa bem resolvida com o mundo que me rodeia.

a verdade é que o meu tempo disponível durante o dia não me permite pré-ocupar o pensamento com coisas que não fazem sentido e só servem para isso mesmo, pré ocupar a cabeça e minarem-na de ideias que depois estão muito longe da realidade.

gosto de acreditar que os outros me querem bem.

gosto de sair. gosto de jantar fora e depois arejar um pouco as ideias.

gosto muito de ir ao cinema.

gosto de concertos.

sei as letras das músicas pimba todas de cor!

gosto de moda.

gosto muito de malas e de sapatos.

adoro compras!

gosto de ver as visitas do keke a aumentarem diariamente.

gosto que me deixem comentários.

sinto-me orgulhosa das fotos!

considero-me uma pessoa criativa e habilidosa.

gosto de DIY.

gosto de desporto. retomei finalmente as corridas, depois de ter desistido do ginásio.

gosto de velocidade. 

gosto de bons carros e grandes.

considero-me uma  boa condutora.

considero-me uma boa pessoa. 

orgulho-me da educação e dos princípios que os meus pais me transmitiram.

sei saber estar.

considero-me uma pessoa de bom gosto.

sou capaz de me calar para não magoar. 

sou capaz de assumir os erros  dos outros. 

não sou capaz de dizer não.

sou capaz de guardar o sofrimento só para mim e sorrir para não preocupar. 

não gosto de fazer sofrer, não gosto que se preocupem com os meus problemas. por isso na maioria das vezes prefiro não os contar.

gosto que me ouçam atentamente.

gosto de retribuir a mesma atenção.

o silêncio incomoda-me. 

quando amo, amo mesmo. 

quando me dedico, é de corpo inteiro.

se algum dia me vou casar? não sei. 

se isso me faz falta? não.

se algum dia serei mãe?

não sei.

mas sei o que sou, sei do que gosto, sei o que quero que fique longe de mim, sei quem quero ter perto de mim todos os dias.

sei o que odeio, o que desprezo, o que me deixa triste.

sei o que me faz rir.

neste momento sei o que me faz ser uma Mulher Feliz e sei que faltam uns pequenissimos ajustes.

amanhã poderá ser diferente. mas até lá......